1. Defeitos/riscos:
1.1.
Emissões consecutivas diluem as operações performadas, já que geralmente as
novas alocações estão em um estágio inicial, diminuindo o rendimento a ser
distribuído;
1.2. Rendimento passa longe do retorno alvo, que é de 25 a 30% em alguns empreendimentos e IPCA + XX% em outros
Retorno alvo interessante, rendimentos nem tanto Fonte: Relatório Gerencial MFII11 |
1.3. Pela
segunda vez a CVM acusou o fundo de fraude, dessa vez de terem inflado o VP em
62,5MM, algo que indiretamente aumenta a remuneração do gestor, já que um VP
maior da sustentação para um Valor de Mercado maior;
1.4. Não tem uma DRE no RG, logo não é possível saber o quanto as taxas comem das receitas;
1.5. Episódio
de 2018 em que o fundo ficou impedido de ser negociado por um tempo devido a
suspeitas de estarem utilizando recursos captados em emissão para pagar
cotistas antigos (típica pirâmide). Não sei ao certo o que as investigações
apuraram, mas os gestores tiveram que pagar multa;
1.6.
Pouca transparência no RG e menos ainda sobre o que se passa nas SPEs;
1.7. Taxa
de performance alta: 20% do que exceder o CDI;
1.8.
Gestores quase não vem a público para falar do fundo;
1.9. Atualmente
possui grande concentração em apenas 2 ativos (23,8% na Nova Colorado S/A E 12,2%
em Terras da Estância);
1.10. Está
mais para uma característica do que para um defeito, mas é bom lembrar: Fundos
de Desenvolvimento possuem zero garantias, todos os riscos são assumidos pelos
donos (cotistas);
1.11.
Movimento muito esquisito do VP de julho de 2019 até junho de 2020, quando deu
um salto de R$99,89 para R$126,66 e foi caindo rapidamente para R$112,11;
1.12. 90%
da carteira do fundo tem como foco famílias de baixa renda, que devem ser as
que mais vão sofrer com a crise que se aproxima (2022);
1.13. Aumento
dos custos de construção atrapalham os projetos em desenvolvimento;
1.14. Estrutura
de SPEs permitem ao gestor ficar retendo rendimentos para liberar quando lhes convêm (antes de emissões);
1.15. Projetos
de Incorporação Vertical, que demoram bem mais para serem concluídos, ocupando
uma fatia mais relevante do fundo.
2.
Qualidades:
2.1. Bons
retornos esperados (guidance);
2.2. Puramente
desenvolvimento;
2.3. Maior
parte dos projetos concluídos;
2.4.
Relatório trimestral com mais informações;
2.5.
Aparentemente possuem planos de criar fundos de Tijolo para renda e de
Recebíveis, possibilitando a venda de empreendimentos performados e
securitizando carteiras de recebíveis, apesar de que não entendo porque já não
fazem isso hoje dia para fundos de outras gestoras;
2.6. Quase
todos os projetos concluídos com vendas acima de 90%, o que indica que os
gestores possuem um bom conhecimento sobre o mercado imobiliário;
2.7.
Prazo indeterminado, então não tem dor de cabeça com amortizações.
3.
Compraria? Não, carece de informações sobre os investimentos e nunca apresentou
rendimentos espetaculares, apesar de ser um FII com vários anos de estrada.
4. Dicas:
4.1. Adicionar
um DRE mensal;
4.2.
Fazer securitização de recebíveis;
4.3. Diminuir
a concentração do portfólio;
4.4. Informar
a inadimplência dos projetos;
4.5.
Ordenar ativos por percentual da carteira.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 04/12/2021
5.2.
Cotação: R$ 102,80
5.3. VP:
R$ 102,53
5.4.
P/VP: 1,00x
5.4.
Contexto: Custos de construção elevados, recessão a vista e IPCA elevado tem
proporcionado rendimentos gigantescos nos fundos de papel.
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista
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