1. Defeitos/riscos:
1.1. Fundo
nasceu na fase de juros baixos do Brasil, fazendo com que as taxas pactuadas
sejam muito baixas para a realidade brasileira e por ser um fundo com mais de 1
Bi de patrimônio será difícil/demorado aumentar essa taxa média;
1.2. Está
mais para uma operação de crédito do que uma compra de imóvel e não deixa isso
claro no Relatório Gerencial, na verdade, quem vê o RG com vários gráficos e
fotos do setor agro pensa que o fundo se beneficia com o bom momento do agro, o
que não é verdade;
1.3.
Operação de crédito prefixada, então caso a inflação dispare, o rendimento não
acompanha tal movimento, diminuindo o rendimento líquido, como temos visto nos
últimos meses;
1.4.
Altos custos com a mudanças de titularidade dos imóveis/terrenos;
1.5. Emprestar a taxas pré-fixadas e por longos períodos no Brasil tem um risco considerável;
1.6. O
Valor Patrimonial do fundo não vai crescer com o tempo, uma vez que a
valorização da terra já é paga pelo agricultor;
1.7. Estratégia
de Land Equity, na qual o fundo é proprietário das terras e o agricultor não
possui opção de recompra, será pouco relevante, uma vez que o arrendamento (aluguel)
de terras possui um Cap Rate muito baixo. Tal fato poderia aumentar a
rentabilidade potencial do fundo, mas diminuiria o rendimento mensal do fundo;
1.8. Base
de cotistas gosta muito do fundo, o que na minha visão está fazendo com que o
FII seja precificado de forma errônea;
1.9.
Preço das terras é de certa forma cotado no valor da saca de uma cultura, soja,
por exemplo. E commodities agrícolas atingiram patamares muito elevados alguns
meses atrás e segundo um influenciador, acho que o Daniel Nigri, o preço das
terras estava em seu recorde. Tal fato minimiza uma das principais propagandas
do fundo, a de que eles compram terras pela metade do seu valor.
2.
Qualidades:
2.1.
Diversificação da carteira e dos riscos;
2.2.
Setor agro no Brasil é muito forte e é algo essencial;
2.3.
Excelente estrutura de garantia da operação de crédito, uma vez que a garantia
já está em nome do credor (o fundo/cotistas);
2.4.
Segmento de grãos apresenta boas rentabilidades, aumentando a segurança de que
os devedores têm capacidade de pagar a taxa de juros de 12% a.a.;
2.5.
Bastante espaço pra crescer;
2.6.
Pressão para diminuir o crédito subsidiado para o agro favorece operações como
a do fundo;
2.7. Alocação
extremamente ágil;
2.8. Aprendizado
sobre o mundo agro;
2.9. Gestor
demonstra ter muito conhecimento sobre Agro;
2.10.
Contratos longos;
2.11. Pode
proporcionar um excelente trade para aqueles que conseguirem prever a inversão
da curva de juros.
3.
Compraria? Sim, mas somente em períodos de inflação comportada.
4. Dicas:
4.1. Fazer
uma DRE decente;
4.2.
Deixar claro no Relatório Gerencial como funciona as operações do fundo;
4.3.
Acrescentar a porcentagem que cada fazenda representa;
4.4.
Ordenar tabela de fazendas por porcentagem do PL.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 28/11/2021
5.2.
Cotação: R$ 93,08
5.3. VP:
R$ 98,44
5.4.
P/VP: 0,94x
5.4.
Contexto: Inflação completamente descontrolada (superando 1% a.m.), previsão de
mais inflação para os próximos meses e taxas do TD Pré-fixado muito próximas as
taxas pactuadas no fundo.
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista
Nenhum comentário:
Postar um comentário