1. Defeitos/riscos:
1.1.
Retrospecto horrível, hoje em dia paga menos do que a 12 anos atrás (R$0,47 em
abril/2022 e R$0,50 em novembro/2010)
1.2. A
maior taxa de gestão em FII de tijolo que eu conheço, 1,35% a.a. já com
desconto, sem desconto seria 1,75% a.a. Ao menos é sobre o valor de mercado, o
que ameniza um pouco. Atualização 2ª versão: reduziram para 1,10% a.a.;
1.3. Imóvel
CENESP, que se encontra numa localização extremamente afastada e sofre com
vacância a muitos anos;
1.4. Possui
uma dívida relevante de quase 1 bilhão de reais (aproximadamente ¼ do ativo) e
o Relatório Gerencial não possui uma seção específica para os passivos do
fundo;
1.5. Foi
forçado a recomprar o imóvel Torre Almirante (Rio de Janeiro e com alta
vacância) por um preço maior do que vendeu alguns anos antes. Condição
maravilhosa para quem comprou o imóvel do fundo e péssima para o cotista;
1.6.
Vacância persistente desde antes da pandemia, piorou mais ainda depois disso e
mesmo após o fim da pandemia a vacância não tem demonstrado melhora, enquanto outros
fundos já vêm apresentando uma evolução nesse indicador
1.7.
Segundo relatos do fórum, a gestão quis mudar a cara do fundo comprando lajes
em localizações B, o que deu completamente errado;
1.8. Muitos
FOFs possuem esse fundo em carteira com PM elevado
1.9.
Imóvel Senado, localizado no RJ e com um aluguel de R$159,10/m², provavelmente
chegou a esse patamar via contrato atípico. Tal valor é insustentável e deve
sofrer uma queda absurda ao fim do contrato, isso se o inquilino (Petrobrás)
não desocupar, algo que a empresa tem feito com frequência;
1.10.
Aquisições de imóveis com áreas vagas;
1.11.
Emissões abaixo do VP;
1.12.
Fundo multibilionário, o que dificulta a diluição dos imóveis de pior
qualidade;
1.13.
Dívida do fundo vem crescendo mês após mês, sendo que em fev/22 era 926MM e em
abril/22 era 948MM. Provavelmente isso ocorre devido a carências dos CRIs;
1.14. Com
indica a DRE do fundo, as despesas financeiras consomem praticamente toda a
receita com aluguéis. Se não fossem as carências a distribuição do fundo cairia
quase 90%
1.15.
Quase 30% da receita contratada está localizada no Rio de Janeiro
1.16.
Quase ¾ da vacância são do CENESP (localização remota) e do Torre Almirante
(Rio de Janeiro), ou seja, dificilmente a vacância do fundo será reduzida
1.17.
Apenas 2 imóveis estão bem localizados (Eldorado e Cidade Jardim);
1.18.
Gestão recebe muitas críticas e não acompanho muito esse fundo, então podem ter
vários outros casos que não foram mencionados nessa análise.
2.
Qualidades:
2.1. Inquilinos
de primeira linha, o que além de dar uma tranquilidade quanto ao recebimento
dos aluguéis, é um indicativo de que alguns dos imóveis possuem algum atrativo;
2.2.
Valor Patrimonial apresentou uma queda significativa desde 2016, o que faz
sentido, diante do desempenho do fundo;
2.3. Imóvel
Cidade Jardim parece ser interessante, possui um aluguel caro e 0% vacância, o
que indica que é um imóvel bem disputado;
2.4. Muito
interessante a tabela com os dados dos imóveis. Inclusive é muito útil para não
cotistas devido a informações quanto ao R$/m² praticado
2.5. Tabelas
de DRE e Balanço Patrimonial de fácil entendimento. Informações essenciais que
raramente são encontradas em relatórios de FIIs;
2.6. Por
algum motivo influenciadores gostavam muito de falar desse fundo, atualmente
não ouço mais falar dele, mas existe a possibilidade de que voltem a falar, já
que muitos FOFs possuem posição relevante em BRCR11;
2.7.
Fundo com mais de uma década de existência, então deve haver alguns imóveis com
bastante lucro acruado. Então uma eventual venda poderia gerar rendimentos
exorbitantes como o visto em 2018.
3.
Compraria? Não. Tem fundos de lajes muito superiores a esse, tanto em
localizações prime, quanto em localizações não tão famosas.
4. Dicas:
4.1. Melhorar
a transparências quantos aos passivos do fundo, como taxas dos CRIs, vencimento
e plano de amortização;
4.2. Trazer
uma alguma forma de estimar o lucro potencial com vendas de imóveis.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 08/06/2022
5.2.
Cotação: R$ 66,09
5.3. VP:
R$ 105,15
5.4.
P/VP: 0,63x
5.4.
Contexto: Inflação e SELIC com 2 dígitos. Lajes corporativas seguem com
vacância elevada, mas com tendência de queda em algumas regiões. Muita
expectativa da inflação ser repassada para o aluguel e o VP dos FIIs de
tijolos.
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda
Mostra ai pra gente quais fundos atualmente você tem na carteira, não precisa colocar % por ativo, apenas com o intuito de estudo mesmo
ResponderExcluirEm FIIs sigo 100% em fundos de papel, de preferência os indexados a IPCA, mas tenho alguma coisa em CDI também. Como você quer fundos para estudos, vou citar 3: RRCI11 (desconto absurdo sobre o VP), MORC11 (parcela boa em CDI) e NCHB11 (resultados acumulados podem fazer com que tenha uma travessia mais fácil durante a deflação)
ExcluirCarrego também uma posição grande em fundos da família Hectare.