1. Defeitos/riscos:
1.1.
Fundo de papel com ágio extremamente alto (risco de mercado), já caiu bastante,
mas ainda tem espaço para mais quedas. Atualização 3ª versão: dito e feito;
1.2.
Fundo bilionário, logo reduzir PM fica difícil, devido a fator de preferência
baixo em emissões;
1.3. Parte
relevante das receitas vem de ganho de capital (renda não recorrente), o que
pressiona os gestores a terem que “matar um leão” todos os meses;
1.4. Aproximadamente
10% do PL do fundo está em FIIs enrolados (DEVA11 e família Hectare), que o
mercado tem punido fortemente
1.5. Rendimentos
não deixaram a desejar, mas também não foram espetaculares, já que muitos
fundos High Grade pagaram do mesmo tanto ou até mais do que IRDM11, mesmo
fazendo uma comparação Rendimento/VP. Algo que poderia explicar isso seria
bastante correção monetária acruada, o que não é o caso, já que os gestores
fazem o giro de CRIs para destravar a inflação. No RG de abril/2022 consta
R$42MM em CM acruada, ou seja, aproximadamente R$1,27/cota, nada demais
1.6. Migração
de cotistas para IRIM11 (irmão mais novo de IRDM11), pois este deve
proporcionar maiores ganhos via arbitragem. Pode ser que também esteja
ocorrendo uma migração de especuladores para FI Agros, que estão muito voláteis
e atingindo P/VP elevadíssimos;
1.7. Possui
alguns investimentos que deram errado no portfólio e não podem vender, sob pena
de redução dos rendimentos. Tais investimentos têm sido diluídos pelas
múltiplas emissões;
1.8. Comprou
cotas do FII Serra Verde (SRVD11) de TORD11 para destravar valor nesse segundo.
Como IRDM11 investe nesse fundo da Hectare, ele também será beneficiado, mas
precisamos dar nomes aos bois, tal operação foi um rolo;
1.9. Perdeu
espaço na mídia depois que o ágio diminuiu;
1.10.
Quase 1/3 do fundo é composto por FIIs, ou seja, com o mercado em baixa o ganho
de capital cai expressivamente e sobra a dupla taxação. Atualização 3ª versão:
mercado tem punido fortemente FOFs, que têm sido negociados em torno de 0,80x
P/VP. Diante deste cenário o gestor deve ter percebido que não era uma boa ter
tantos FIIs em carteira, de forma que hoje eles representam ¼ do PL, além dos
FIIs de Renda Fixa
1.11. Possibilidade
de se operar vendido torna o ativo ainda mais volátil. Algo que não chega a ser
ruim para pessoas que fazem trades em FIIs como eu, mas muito investidores de
FIIs não gostam de volatilidade;
1.12.
Administrador BTG, o que obriga o fundo a ter que ficar fazendo giro de CRIs
para poder distribuir a Correção Monetária;
1.13.
Caixa acima de 5% sendo que a última a emissão foi a vários meses. Não chega a
ser uma porcentagem elevada, mas não vejo motivos para não manter uma
porcentagem próxima de 100%. A não ser que o gestor esteja fazendo reserva de
oportunidade;
1.14.
Última emissão teve custo de quase 3% para uma emissão 476.
2.
Qualidades:
2.1.
Indiscutível habilidade dos gestores em gerar ganho de capital;
2.2.
Fundo pioneiro, ancorou vários fundos que hoje são bem conhecidos, o que traz
boa visibilidade ao fundo;
2.3. RG
fornece informações completas sobre os trades realizados e o PM do fundo nos
FIIs investidos;
2.4. Mostrou-se
muito eficaz nos trades de CRIs também;
2.5. Fundo
queridinho dos cotistas e já recebeu muita atenção da mídia, então em momentos
de otimismo pode subir expressivamente, o que é bem interessante para pessoas
interessadas em Trades;
2.6.
Gestão pró-cotista;
2.7. Não
possui Taxa de Performance;
2.8.
Carteira de CRIs bem diversificada, com pouca concentração (a maior posição
representa apenas 2,42% do patrimônio);
2.9. Taxa
Média pouco inferior a de FIIs High Yield, mas taxa de ADM baixa (1% a.a.);
2.10.
Porcentagem bem pequena em CRIs Multipropriedade e não entrou em rolos como o
CRI Hope, mesmo com a grande proximidade com os sócios da Hectare;
2.11.
Sobre a presença de IRDM11 em um índice internacional: não vejo impactos nem
negativos, nem positivos;
2.12. Não
apresenta na carteira de CRIs empréstimos de pai para filho;
2.13. Não
ficam segurando o dinheiro do cotista, o que gerou de caixa eles distribuem.
Diferente de muitos gestores que juntam para soltar próximo a emissões
2.14. Tem
conseguido obter ganho de capital com a negociação de FIIs mesmo se desfazendo
de fundos da Hectare no prejuízo
2.15. No
começo de 2022 disse que não faria emissões no primeiro semestre e realmente
cumpriu o que disse.
3.
Compraria? Não, o gestor pode ser muito bom, mas isso não é o suficiente para
me fazer comprar fundo de papel com muito ágio. Atualização 3ª versão: o ágio
caiu um pouco, de forma que durante algumas quedas o preço ficou dentro do
aceitável. E como o mercado adora pagar ágio em IRDM11, talvez seja
interessante para trades.
4. Dicas:
4.1. Acredito
que em vez de terem criado um IRDM11 2 (IRIM11) deveriam ter tentado algo
diferente, como um FII High Yield. Para a gestora pode até ter sido bom
comercialmente, mas para o mercado em si não agregou muita coisa;
4.2.
Seguir pressionando a Hectare e R Cap a pararem de fazer emissão de forma
desenfreada e focarem na carteira de CRIs.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 16/06/2022
5.2.
Cotação: R$102,37
5.3. VP:
R$96,43
5.4.
P/VP: 1,06x
5.4.
Contexto: “Bullying” com fundos da Hectare, SELIC 2 dígitos e IPCA acima de 1%
fazendo com que até fundos de papel High Grade distribuam acima de 1% a.m.
Observações:
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista
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