1. Defeitos/riscos:
1.1. Administrador/custodiante Safra: já ouvi muitos relatos de atrasos na entrega dos informes e dificuldade para acessa-los1.5. Principal
imóvel do fundo Ed. Tower Bridge foi adquirido em março/2020, sendo que as
condições devem ter sido negociadas meses antes, então o preço de compra levava
em conta outra realidade;
1.6. Pouca
presença dos gestores em Lives;
1.7. Em
março/22 houve queda nos rendimentos (R$0,53 para R$0,49) e os gestores nada
comentaram a respeito no Relatório Gerencial subsequente. Tal queda gerou
bastante frustração a alguns cotistas do fundo, que com certeza esperavam
aumentos nos rendimentos devido ao repasse da inflação de 2 dígitos. Atualização: os gestores haviam avisado no RG de fevereiro que a distribuição iria diminuir devido a interrupção da venda de cotas de HGPO11;
1.8.
Ausência de um gráfico com o histórico de vacância, na verdade, nem sequer
informam a vacância atual do fundo. Informam apenas por imóvel, o que dificulta
a avaliação;
1.9.
Safra é uma gestora famosa por administração de recursos Private Equity e a
cabeça de um investidor de FIIs é bem diferente desse grupo seleto de
investidores, que geralmente não se preocupam com a rentabilidade no curto
prazo (pois já são ricos);
1.10. No
Relatório Gerencial de Dezembro/21 constava que quase 50% dos imóveis do fundo
iriam ser reajustados pela inflação, entretanto, os rendimentos de 2022 seguem
os mesmos de 2021. Lembrando que a inflação de 2021 foi na casa dos 10%;
1.11.
Pouca transparência quanto aos passivos do fundo, ao menos são pouco
representativos para o fundo.
2.
Qualidades:
2.1.
Desconto de mais de 30% no VP no momento em que escrevo. Entretanto, é bom
lembrar que avaliações de VP são muito subjetivas e podem não expressar o real
valor dos imóveis;
2.2. Imóveis
de excelente qualidade e muito bem localizados, exceto o do RJ, que é feio e
velho;
2.3.
Inquilinos de primeira linha;
2.4. Boa
diversificação de setores dos inquilinos;
2.5. Não
informa no RG, mas quase certeza de que os contratos são típicos, logo, não há
vacância mascarada e os gestores tem maior liberdade para realizar reajustes
acima da inflação, caso o mercado venha a bombar;
2.6. Imóveis
do HGPO11 em processo de liquidação, algo que pode trazer lucro para JSRE11, no
entanto, tal lucro é bem limitado, já que HGPO11 representa pouco mais de 3% do
PL do fundo;
2.7. Bom
detalhamento dos imóveis e sua localização, algo básico, mas que muitos fundos
imobiliários não fazem.
3.
Compraria? Não, apenas o item 1.1. já é o suficiente para eliminar esse FII
pelos meus critérios. Todavia, a qualidade dos imóveis é inquestionável, caso
acredite na recuperação das lajes corporativas vale a pena estudar melhor.
4. Dicas:
4.1. Especificar
as despesas financeiras na DRE;
4.2.
Acrescentar um gráfico demonstrando que todos os contratos são típicos;
4.3. Acrescentar
um gráfico com a evolução da vacância nos últimos 12 meses.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 24/04/2022
5.2.
Cotação: R$ 76,80
5.3. VP:
R$ 113,58
5.4.
P/VP: 0,67x
5.4.
Contexto: SELIC 2 dígitos, inflação galopante, fundos de tijolos não
conseguindo realizar emissões e lajes conseguindo novos inquilinos, mas tendo
que dar várias concessões (carência e descontos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário