1. Defeitos/riscos:
1.1. Agências bancárias representam 74% das receitas do fundo1.2. Na
primeira versão da análise a porcentagem de receita advinda de bancos era de
76%, hoje, cerca de 6 meses depois, esse valor está em 74%, demonstrando a
dificuldade dos gestores em diminuir essa porcentagem;
1.3. Valor
dos contratos de aluguel devem estar completamente distorcidos devido a anos de
contratos atípicos, principalmente os imóveis locados para a Caixa;
1.4. Caso
do processo do banco Santander: o banco iniciou toda a confusão e o fundo ainda
teve que arcar os custos advocatícios do processo;
1.5. Caso do processo do banco Santander: claramente beneficiou mais o banco. Várias gestoras negociaram o não repasse das correções pelo IGPM, mas em troca requisitaram aditamentos de contratos, já aqui houve desconto no aluguel e nem se quer conseguiu segurar todas as agências;
1.6. Na
tentativa de diminuir a concentração de agências está vendendo imóveis em
excelentes localidades;
1.7.
Lambança com o imóvel locado para a Nobu, que tinha valores de locação irreais
e que posteriormente seria locado para a Coco Bambu pela metade do valor.
Desocupações acontecem, mas realocar o imóvel por um valor bem inferior ao
anterior é um indicativo que os gestores pagaram um preço muito elevado pelo
imóvel, já que é muito comum imóveis com aluguel inflado terem sido adquiridos
por valores inflados também;
1.8.
Adaptar as agências para varejo irá demandar investimentos pesados;
1.9.
Quase ¼ dos imóveis no Rio de Janeiro;
1.10.
Fundo bilionário, o que dificulta a diluição das agências bancárias do fundo;
1.11. Pandemia
acelerou a digitalização dos serviços bancários e fortaleceu o e-commerce, algo
que afeta duramente os dois segmentos que o fundo atua: bancário e varejo;
1.12.
Compra dos imóveis da GPA sem alavancagem possuem um Cap Rate ridículo de
6,38%, o que me faz pensar que tais imóveis forma vendidos por valores
absurdos;
1.13.
Santander se mostrou ser um péssimo inquilino, então mesmo que ele permaneça
com algumas agências, o fundo vai ter que aguentar esse inquilino mala;
1.14.
Nada garante que o Santander não vá dar no pé das agências após entrar nos
contratos típicos;
1.15.
Rolo com os imóveis do fundo, que aparentemente não estão em nome do fundo ou
dados em garantia pelo banco, algum rolo do tipo. É um rolo tão grande que chega
a ser difícil de acreditar;
1.16. No
final de 2022 irá ocorrer o fim de 14 contratos atípicos com a Caixa, e
consequentemente, redução do aluguel pago. Talvez não ocorra uma queda
significativa nos rendimentos, já que há muitos contratos sendo atualizados
pela inflação nessa época do ano, mas dependendo do desconto aplicado o mercado
pode reagir muito mal;
1.17.
Pelo Relatório Gerencial não é possível estimar o R$/m² dos imóveis locados
para agências;
1.18. O rendimento atual do fundo parece interessante (acima de 0,90% a.m. para um fundo de tijolos), mas precisamos levar em conta que tal valor num futuro próximo tende a ficar estável ou cair, mesmo com a inflação descontrolada. Algo similar ao que vem acontecendo desde meados de 2019, quando o fundo distribuía R$0,90/cota e hoje distribui R$0,92/cota
1.19. O desespero
para diluir a posição em agências é tão grande que foi proposta uma emissão
abaixo do Valor Patrimonial, algo que foi duramente rechaçado pelo HFOF11, que
chamou uma assembleia propondo que qualquer emissão abaixo do VP deveria ser
aprovada em AGE. A Rio Bravo imediatamente cancelou a oferta. A proposta de
HFOF teve ampla maioria favorável, mas não houve quórum pra mudar o
regulamento.
2.
Qualidades:
2.1. Agências
bancárias quase sempre estão localizadas em locais bem movimentados, então
acredito que conseguir novos inquilinos não será o problema para a gestão, mas
sim arrumar inquilinos dispostos a pagar os valores atuais, algo que deve ser
impossível;
2.2. Caixa
necessita mais das agências, então a chance de haver vacância é menor para
esses casos, mas o desconto brutal é inevitável;
2.3. Utilização
de alavancagem para reduzir o impacto das vacâncias futuras, acredito que seja
um movimento inteligente, pois o fundo ainda vai ter contratos atípicos por um
bom tempo;
2.4. Extremamente transparente quanto aos
passivos do fundo
2.5. Após a leva de término de contratos em 2022, a próxima leva relevante é no final da década, mas lembrem-se que muitos dos contratos do Santander vão passar a ser típicos
2.6.
Devido as negociações errôneas feitas até o momento, o fundo já sofreu parte
dos impactos do fim dos contratos atípicos, mas é difícil estimar os impactos
remanescentes.
3.
Compraria? Não, gestores cometeram muitos erros, inquilino quer sacanear o
fundo/cotistas e possibilidade de quedas no rendimento num futuro próximo.
4. Dicas:
4.1. Especificar
na DRE as despesas financeiras;
4.2. Tentar
mostrar de algum modo que os imóveis são bem localizados.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 24/04/2022
5.2.
Cotação: R$ 98,51
5.3. VP:
R$ 103,00
5.4.
P/VP: 0,95x
5.4.
Contexto: SELIC 2 dígitos, inflação galopante e fundos de tijolos não
conseguindo realizar emissões.
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