segunda-feira, 28 de março de 2022

Todo FII tem seus defeitos #86: RBHY11 2.0

1. Defeitos/riscos:

1.1. Metade da carteira de CRI é de pulverizados (loteamento e multipropriedade), mas não informa a razão PMT dos CRIs, impedindo o acompanhamento do risco das operações;

1.2. Difícil avaliar o risco de muitos CRIs, já que o fundo apresenta muitos devedores corporativos pouco conhecidos e o RG não faz uma apresentação, nem que seja breve, de tais devedores. Por exemplo, Dal Pozzo e Cal Viva, quarta e quinta maior posição no momento em que escrevo, nem mesmo dando um Google consigo achar informações sobre essas duas empresas;

1.3. (Consertaram esse ponto, mas vou deixar aqui registrado que antigamente era assim) Tabela de CRIs não ordenado por % do PL, dificultando a análise dos CRIs mais relevantes;

1.4. Baixa liquidez, mas melhorando;

1.5. CRI Gafisa, tenho críticas a esse devedor, empresa meio enrolada (em recuperação), mas se trata de um fundo HY, então tudo bem;

1.6. Resultados não recorrentes podem turbinar os rendimentos e aumentar bastante a cotação por um curto período de tempo. Não é um defeito do fundo, mas é um risco de mercado que o cotista deve avaliar antes de fazer a compra do ativo;

1.7. Fazendo emissão com 10% do PL em caixa;

1.8. Gestão Rio Bravo tem fama de fazer emissões abaixo do VP.


2. Qualidades:

2.1. Gestão bem ativa no giro dos CRIs, entregando mais rapidamente a inflação para os cotistas;

2.2. CRIs indexados ao CDI com bons prêmios (CDI + 6,4%);

2.3. Dos CRIs investidos até o último RG, apenas um não possuía alienação fiduciária (garantia real);

2.4. Boa diversificação de setores dos CRIs (loteamento, incorporação, multipropriedade, varejo, logístico e shopping);

2.5. DRE bem detalhada, segmentando os juros e correção monetária e os ganhos recorrentes e não recorrentes;

2.6. Fundo ainda é pequeno, então as próximas emissões podem ser muito úteis para melhorar a diversificação dos CRIs.


3. Compraria? Sim, a Rio Bravo tem feito um bom trabalho nesse fundo, entregando rendimentos excelentes e com diversificação (ainda precisa melhorar). Além de que quem investe em fundos High Yield não pode ficar rejeitando muitos fundos, já que é essencial diversificar.


4. Dicas:

4.1. Fazer mais comentários no início do Relatório Gerencial;

4.2. Diluir os CRIs mais relevantes, que atualmente representam pouco menos de 10% do PL cada um. Como o episódio no FLCR11 nos ensinou, não da pra ter uma posição tão grande num fundo High Yield;

4.3. Acrescentar a informação da Razão PMT para os CRIs pulverizados.


5. Dados:

5.1. Data da análise: 01/03/2022

5.2. Cotação: R$ 101,03

5.3. VP: R$ 97,50

5.4. P/VP: 1,03x

5.4. Contexto: Inflação elevada turbinando rendimentos dos fundos de papel, SELIC atingiu 2 dígitos, o que tem feito com que a inflação desacelere.


Observações:
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista

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