segunda-feira, 28 de março de 2022

Todo FII tem seus defeitos #81: CPTS11 2.0

1. Defeitos/riscos:

1.1. Compra relevante (248MM) do CRI da General Shopping, empresa listada em bolsa que dá prejuízo recorrentemente e criou um FII (GSFI11) excessivamente alavancado, tanto é que nunca distribuiu rendimentos, mesmo antes da pandemia;

1.2. 1/3 do PL é de FIIs, por enquanto tem feito um bom trabalho nos trades, mas pessoalmente não gosto nem um pouco de FOFs (Atualização 2ª versão: estava certo, não foi uma boa ideia ter se posicionado tanto em FIIs, o fundo estaria ganhando muito mais dinheiro em CRIs);

1.3. Não deixa claro o que é ganho de capital com CRIs e o que é correção monetária, eu chuto que a correção esteja dentro do campo ganho de capital. Atualização 2ª versão: Corrigiram esse ponto;

1.4. Esse giro tão grande de CRIs é novidade pra mim e não sei dizer se é algo sustentável (que a gestão consiga realizar por anos e anos). Atualização 2ª versão: O fundo tem conseguido manter um bom ganho de capital com CRIs, mas ainda fico com um pé atrás com essa dependência de giro de carteira;

1.5. Mesmo tendo uma carteira de CRIs pesada em IPCA e bastante giro de capital não conseguiu fazer distribuições de rendimentos relevantes mesmo com a inflação ultrapassando os 1% a.m.;

1.6. Vários CRIs com taxas bem baixas, inclusive abaixo das comercializadas no TD IPCA no momento em que escrevo (CRI IPCA + 5% x TD IPCA quase em 5,60%);

1.7. Carteira de FIIs com poucos FIIs de papel, algo que pesa negativamente sobre a renda recorrente do fundo;

1.8. Alavancagem excessiva via compromissada (19,2% do PL) para um fundo que era pra ser High Grade;

1.9. Alavancagem em CDI e carteira em IPCA pode ser algo perigoso.


2. Qualidades:

2.1. Sem taxa de performance e taxa de administração em linha com o que considero adequada, fazendo com que despesas/receitas sejam inferiores a 10%, ou seja, sobra mais dinheiro para o cotista;

2.2. Transparência quanto as operações de compra e venda;

2.3. Gestão ativa da carteira de CRIs, fazendo giros constantes e obtendo ganhos de capital;

2.4. Carteira de CRIs bem tranquila;

2.5. Vários CRIs devidos por FIIs, que apresentam grande geração de caixa e podemos analisar facilmente a saúde de tais CRIs;

2.6. Gestão ativa da carteira de CRIs, fazendo giros constantes e obtendo ganhos de capital;

2.7. Gestora bastante agressiva, vide os episódios de amortização do QAGR11 e proposta de dissolução do SADI11;

2.8. Originação própria de CRIs reduz intermediários e consequentemente reduz custos;

2.9. Seção “Resumo” bem interessante, acho que todo Relatório Gerencial deveria ter uma seção assim para aqueles com menos tempo para fazer análises.


3. Compraria? Não, essa parcela de FIIs na carteira me incomoda, acredito que o FII seria muito melhor somente com a estratégia de ganho de capital com CRIs.


4. Dicas:

4.1. Voltar as origens e vender essas posições em FIIs o quanto antes;

4.2. Relatório Gerencial conta com muitas informações desnecessárias;

4.3. Melhorar essa Taxa Média nos CRIs.


5. Dados:

5.1. Data da análise: 26/02/2022

5.2. Cotação: R$ 95,50

5.3. VP: R$ 94,60

5.4. P/VP: 1,01x

5.4. Contexto: SELIC com 2 dígitos, IPCA abaixo de 1% nos últimos 3 meses e FOFs pouco atrativos.

 

Observações:
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista

Nenhum comentário:

Postar um comentário