1. Defeitos/riscos:
1.1. Ancoragem
da emissão do fundo MGLG11, um fundo logístico que comprou imóveis descartados
pelo BTLG11 da época em que ainda se chamava TRXL11, que fez uma gestão
péssima. Além disso, quase metade da ABL está localizada no Rio de Janeiro. Ou
seja, era bem previsível que seria um fundo rejeitado pelo mercado e assim foi
feito, poucos meses após o IPO o fundo é negociado pela metade do valor de IPO;
1.2. Para
terem uma ideia do desastre que foi a compra mencionada no item acima, em
agosto/2021 o fundo tinha investido 20MM em MGLG11, já em janeiro o valor
marcado na tabela de ativos era de 10MM;
1.3. Necessita
melhorar a diversificação do portfólio, pois este é um fundo High Yield e conta
com várias posições acima ou próximas de 10%. E como ficou claro com o episódio
do CRI Vogue no fundo FLCR11, concentração em FIIs de papel High Yield é um
desastre;
1.4. Compra de outros FIIs da casa, como RZTR11 e ARCT11, provavelmente para melhorar a cotação de tais fundos e facilitar emissões;
1.5. Fez
uma operação de Hedge de indexador que causou uma despesa financeira relevante
ao fundo, se o impacto acumulado da estratégia foi positivo eu não sei, já que
a gestora não trouxe informações suficientes
1.6. Foi
o primeiro na utilização de alavancagem via compromissadas, mas não deu
explicações decentes de como isso era feito, ficando claro meses depois quando
outros fundos começaram a utilizar a estratégia;
1.7. CRI
Allegra Pacaembu não me anima muito, vide que possui alienação fiduciária de
pouco mais de 1/3 da operação e tudo que envolve futebol é cheio de dívidas/rolo;
1.8. Por
um tempo teve 10% do PL no CRI B3, que mesmo que seja para venda posterior, tem
um prêmio muito baixo de CDI + 1,30%, que é praticamente todo devorado pelas
taxas do fundo, ocasionando num péssimo carrego para os cotistas;
1.9. Taxa
de Performance um pouco salgada (15% do que exceder o CDI). E é bom relembrar
minha opinião sobre Taxa de Performance: apoio em casos de ganho de capital,
mas sobre renda recorrente não faz o menor sentido;
1.10.
Mistura de riscos, há CRIs que considero Middle Risk e outros High Yield,
pessoalmente eu prefiro que haja uma definição. E as taxas de 1,25% a.a. são
para fundos High Yield;
1.11. Não me recordo de Lives com a gestora falando sobre o fundo.
2.
Qualidades:
2.1. Gestora
foge do senso comum, inovando em algumas operações, só espero que saibam o que
estão fazendo;
2.2. Foi
pioneiro na adoção de Operações Compromissadas com CRIs, algo que foi seguido
por vários outros gestores de FIIs de papel. Ressalto que no momento em que
escrevo essa estratégia ainda tem gerado muitas dúvidas, tanto sobre como
funciona, quanto seus impactos;
2.3.
Direct Lending diminui o número de intermediários, aumentando as taxas
teoricamente;
2.4.
Opção de diversificação High Yield, já que não é nem Multipropriedade, nem
loteamento;
2.5. Taxa
Média da carteira muito boa;
2.6. Explicação
das teses de investimento;
2.7.
Fundo com a cotação extremamente volátil, tornando-o excelente para trades;
2.8. Bom
senso de abrir mão da taxa de performance com essa CDI de mentirinha do Guedes.
3.
Compraria? Sim, mas não com uma posição muito grande, a não ser que o desconto
seja muito grande.
4. Dicas:
4.1. Fazer
um DRE mensal;
4.2. Algumas
tabelas são descartáveis, como aquela da porcentagem por indexador (juros
nominais/juros reais/pré-fixado).
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 26/02/2022
5.2.
Cotação: R$ 90,10
5.3. VP:
R$ 94,60
5.4.
P/VP: 0,95x
5.4.
Contexto: SELIC com 2 dígitos e IPCA abaixo de 1% nos últimos 3 meses.
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