1. Defeitos/riscos:
1.1. Desenvolvimento
do imóvel Iturama com Cap Rate (9,10% a.a.) similar aos demais contratos. Quem
vai assumir o pepino da enorme inflação dos materiais de construção? Se for o
fundo (cotistas), o cap rate deve cair uns 20% ou mais;
1.2. Vida
útil da maquinaria é muito inferior a de imóveis;
1.3. Ao
final do contrato os inquilinos vão ter armazéns e maquinários bem mais
depreciados de quando os venderam, e é muito provável que vão tirar proveito
disso na hora da negociação;
1.4. Zero
barreira de entrada: o agricultor que quiser construir um armazém não vai ter
dificuldade em encontrar um novo local onde possa construir um;
1.5. Sem informação quanto a idade dos armazéns;
1.6.
Todos os imóveis são mono locatários e eu não tenho a menor ideia da
dificuldade de encontrar um novo locatário (e provavelmente você também não);
1.7. Quem
é responsável por fazer a manutenção e eventuais trocas de maquinários?
Inquilino ou proprietário? No RG fica bem claro que o fundo possui 31MM (5% do
PL) em “Reserva de Contingência”, mas não posso afirmar nada;
1.8.
Segmento novo, ou seja, imprevisível, ou seja, mais riscos;
1.9. Agroindústria
também é uma indústria, logo possui bombas e talvez caldeiras e tubulações de vapor
e etc, e, consequentemente, uma maior deterioração dos imóveis;
1.10.
Falta de informação sobre o setor (mercado imobiliário na agroindústria) nas
mídias, já que a maioria dos influenciadores também não entendem nada sobre o
segmento. Sendo as gestoras então a principal fonte de informação para os
cotistas, mas essa não é uma fonte 100% confiável, já que gestores falam
somente o que você quer ouvir: “você nunca vai ouvir um vendedor de carros
falando mal do carro”;
1.11.
100% do fundo é composto por contratos atípicos, que trazem consigo 2 grandes
defeitos, aluguéis fora da realidade de mercado e risco de desova. Possuo post
específico comentando sobre o tema;
1.12. Nos
armazéns o fundo é dono somente da área do imóvel ou também é dono da área
vizinha?
2.
Qualidades:
2.1. Alocação
rápida;
2.2. Bons
cap rates: acima de 9,00% a.a. na época de juros baixos;
2.3.
Taxas um pouco mais alta que a média (1,10%), mas o cap rate maior compensa;
2.4. Sem
taxa de performance;
2.5.
Contratos longos;
2.6. Diversificação
de imóveis e inquilinos;
2.7. Resiliência
do setor agro;
2.8.
Muitos dos problemas citados na primeira parte vão demorar quase uma década
para chegar;
2.9.
Segundo o gestor, os ativos se encontram em um dos mais importantes corredores
de escoamento do Brasil;
2.10. Vejo como positivo o investimento em ativos como “Terminais Portuários” e “Terminal de Transbordo Intermodal”.
3.
Compraria? Não, muitas perguntas que não consigo responder e não enxergo
escassez nesse mercado. Vou exemplificar: não tem mais onde construir uma laje
na Faria Lima e é difícil “enfiar” um shopping gigantesco em uma área de grande
movimento de uma metrópole, já construir um armazém na zona rural do Paraná ou
Goiás não deve ser tão difícil assim.
4. Dicas:
4.1. Especificar
nas informações sobre as propriedades a área detida pelo fundo.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 24/02/2022
5.2.
Cotação: R$ 93,90
5.3. VP:
R$ 103,47
5.4.
P/VP: 0,91x
5.4.
Contexto: Vários IPOs de FIAgros.
Recomendo a leitura do balanço de KEPL3 para entender melhor sobre o setor agro. Tem um déficit muito grande de armazenagem no Brasil e o agro cresce muito mais rápido do que a construção desses armazéns, logo, fica cada vez mais carente desses ativos. Abc
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