1. Defeitos/riscos:
1.1. Se
alavancou em 350MM para aumentar os rendimentos em apenas R$0,01/cota, isso
acontece porque o Cap Rate do imóvel da Globo é de 7,6% e o custo da dívida é de 6%,
mas ainda temos as taxas do fundo;
1.2. Com
a compra do imóvel Globo o fundo ganhou um inquilino majoritário com grande
poder sobre o fundo;
1.3.
Antes de acontecer a emissão houve uma reavaliação do VP em -5%, que somadas
aos 10% do IPCA da uma queda real de 15% no VP, algo que beneficiou bastante a
Globo, que conseguiu comprar uma quantidade maior do fundo com menos dinheiro;
1.4. Concentração
excessiva (39%) em um imóvel/inquilino;
1.5. Baixa adesão na emissão para captar recursos para compra do imóvel Globo, o que demonstra falta de interesse dos cotistas pela operação;
1.6. 5%
do PL locado para Abril, editora em recuperação judicial, que deve estar louca
para reduzir despesas e uma ótima forma de conseguir isso é aumento o
percentual de funcionários em home office;
1.7. 5%
do PL locado para C&A, que tem se mostrado um inquilino que dá muita dor de
cabeça, chorando carência e descontos de forma exagerada;
1.8. Quase
30% do PL do fundo localizado no Rio de Janeiro;
1.9. Se
considerarmos apenas a renda recorrente, os rendimentos desse FII não são muito
atraentes;
1.10.
Segundo imóvel no RJ não aparenta estar em uma localização muito boa;
1.11. 17%
do fundo locado para a própria Vinci, claro conflito de interesse,
independentemente de quais ou quantos instrumentos utilizaram para mitigar esse
conflito de interesse;
1.12. 6%
do PL locado para We Work, empresa de Co Working mal das pernas;
1.13. Muitos
contratos do fundo são atípicos, o que pode estar mascarando vacância ou
inflando aluguéis;
1.14. Cotação
pode cair ainda mais com o fim de resultados a distribuir;
1.15.
Operações Sale and Leaseback tem uma chance maior de serem desova de imóveis;
1.16.
Maioria dos imóveis do fundo são locados para apenas um inquilino;
1.17.
Tenho minhas dúvidas se a localização dos imóveis é realmente boa, mas reconheço
que avaliação de localizações não é o meu forte.
2.
Qualidades:
2.1. Gestão
ativa da carteira com a venda da loja da Renner com um lucro expressivo de
20MM, ou aproximadamente 1,60/cota;
2.2. Bastante
transparência quanto aos passivos do fundo, informando as despesas, o custo da dívida
e vencimento;
2.3. Praticando
aluguéis abaixo da média do mercado, logo tem mais espaço para fazer reajustes;
2.4. Segundo
relatos, o imóvel comprado da Globo é bem localizado;
2.5. Sem
vencimento de contratos até 2024.
3.
Compraria? Não, muitas operações controversas ou com risco elevado,
principalmente a com a Abril. E acredito que haja FIIs de Lajes superiores no
mercado.
4. Dicas:
4.1. Acrescentar
uma tabela compilando as principais informações.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 06/02/2022
5.2.
Cotação: R$ 49,58
5.3. VP:
R$ 55,18
5.4. P/VP:
0,90x
5.4.
Contexto: FIIs de lajes ainda sofrendo com vacância.
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista
Faltou mencionar que
ResponderExcluir1 o fundo já tinha uns 20% de alavancagem antes dessa emissão.
2- como parte do acordo de venda de uma loja pro RBVA11, ancorou uma emissão daquele fundo, e comprou cotas dele. Pela conta de padeiro que fiz na época, isso era 4% do PL do Vino. Muita gente aí fora torce o nariz pra concentração de agências bancárias do RBVA11 que ele tem, fora a treta com o Santander.