domingo, 6 de fevereiro de 2022

Todo FII tem seus defeitos #42: HGFF11 2.0

1. Defeitos/riscos:

1.1. Gestão não parece ser muito ativa nos trades, já que o ganho de capital em 2021 representou apenas 10% da receita;

1.2. Fundo nasceu no final de 2019, ápice da bolha do IFIX;

1.3. Comentário da 1ª versão (3T2021): Menos de 25% da carteira alocada em FIIs de papel, sendo que o momento está muito mais favorável para essa classe de ativos. Lajes corporativas sozinha quase empata com FIIs de papel, não entendo essa TARA que FOFs tem com lajes;

1.4. Apenas 13% em estratégia tática, ou seja, para Trades, entretanto, as taxas são de gestão ativa;

1.5. Provavelmente está tomando um fumo extremamente grande em HGRE11 (5,12% do PL);

1.6. Como o próprio gestor reconhece, investir em GTWR11 não foi uma boa ideia, o que era bem previsível, já que se trata quase de um Mono Mono do segmento bancário em uma cidade alternativa (Brasília);

1.7. Como todo FOF, possui cotas de BRCR11 (~5%), fundo de lajes cheio de vacância antes mesmo da pandemia;

1.8. ¼ do fundo em ativos da própria CSHG, meio difícil de acreditar que irão girar tais posições;

1.9. Quase 100% da parcela dos FIIs de papel é composta por CRIs High Grade, que proporcionam um carrego ruim devido a não suportarem 2 taxas de administração;

1.10. Carteira conservadora demais e com muitos FIIs com DY bem baixos (HGLG11, BRCO11, BRCR11, HGRE11...)

1.11. Posição em RBED11 (3,40% do PL), fundo educacional vai dar muita dor de cabeça um dia, isso se já não estiver dando, já que o fundo em questão caiu muito no secundário;


2. Qualidades:

2.1. Negociado bem abaixo do VP mesmo sendo de uma gestora extremamente renomada;

2.2. Alta volatilidade, então oferece excelentes pontos de entrada;

2.3. Informa resultados acumulados;

2.4. Valor Patrimonial pouco volátil;

2.5. Gestor reconheceu que errou: “Olhando pelo retrovisor, erramos principalmente na composição dos Fundos de CRI e no momento em que aumentamos o risco do Fundo com a alocação em Shoppings e Lajes Corporativas, posições que ainda temos grande convicção, mas que num olhar apenas do ano de 2021 consumiram retorno.”;

2.6. Duas maiores posições do fundo (HGRU11 e SPVJ11) são de Renda Urbana, segmento que considero o melhor dentre os fundos de tijolos, devido a melhor localização;

2.7. Apresenta um gráfico com a evolução da alocação por segmento, algo que facilita o entendimento da cabeça do gestor. No caso do HGFF11 é nítido que o gestor não gosta muito de FIIs de papel e de modificar a composição da carteira


Fonte: Relatório Gerencial HGFF11


3. Compraria? Não gosto de FOFs, principalmente aqueles bem conservadores.


4. Dicas:

4.1. Aumentar bastante a porcentagem em FIIs de papel.


5. Dados:

5.1. Data da análise: 03/02/2022

5.2. Cotação: R$ 73,64

5.3. VP: R$ 91,66

5.4. P/VP: 0,80x

5.4. Contexto: FOFs acabaram de se recuperar após uma grande queda, mas os rendimentos do segmento ainda não reagiram.



Observações:
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista

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