domingo, 5 de dezembro de 2021

Todo FII tem seus defeitos #26: MGFF11 2.0

1. Defeitos/riscos:

1.1. Fundos de papel representam apenas ¼ do fundo, bem menos do que a proporção do IFIX. O fundo deixou de surfar os altos rendimentos deste segmento e foram cobrados por isso a ponto de colocarem uma nota no RG;

1.2. FOFs não tem um bom histórico, o exemplo de FOF mais antigo é o BCFF11, que não entregou aos seus cotistas nem aumento de rendimento, nem aumento de valor patrimonial;

1.3. Investimento em SADI11, cujo carrego é horrível, a não ser que tenha pego um ótimo preço, foi uma péssima escolha;

1.4. Posição em BCFF11, que também é um FOF, ou seja, paga taxas 3 vezes;

1.5. Risco de estar pensando comprar um FOF com P/VP baixo e pouco tempo depois o VP ser reajustado pra baixo, uma forma de mitigar esse risco é comprando após a divulgação do Informe Mensal, onde consta o VP;

1.6. Muita laje corporativa na carteira, 26%, setor que acredito que ainda vai sofrer muito com o Home Office;

1.7. Posição em ALMI11, fundo com imóvel encalhado no RJ que não distribui rendimentos desde março/2017;

1.8. Não informa o lucro não realizado;

1.9. Não informa se tem lucro realizado não distribuído;

1.10. BRCR11, maior posição de MGFF11, é fundo de lajes que sofria com vacância antes mesmo da pandemia e apresenta uma desvalorização enorme, sendo muito provável que o fundo esteja com um PM bem superior a cotação atual;

1.11. KNCR11, segunda maior posição do fundo, se trata de FII de papel super High Grade que não suporta 2 taxas de administração, sobrando muito pouco para o cotista;

1.12. Apenas 1% em Renda Urbana, o segmento em FIIs de tijolos que considero mais promissor;

1.13. Fundo criado em 2018 e com PL elevado, sendo que prefiro FOFs novos e pequenos, pois possuem menos “posições perdedoras” e são mais ágeis.


2. Qualidades:

2.1. É um FOF que por muito tempo foi negociado acima do VP, então é de se esperar que em uma eventual recuperação isso se repita;

2.2. Caso acredite na recuperação das Lajes corporativas, parece ser uma boa opção;

2.3. 43% da carteira em FIIs com renda prejudicada (Shoppings e Lajes), com a recuperação da economia os rendimentos recorrentes vão melhorar;

2.4. Aluga cotas de FIIs para aumentar a renda;

2.5. Gestor faz muitas Lives, então dá para saber o que pensa e o fundo tem mais visibilidade;

2.6. Conseguindo obter ganho de capital mesmo com o mercado bem desfavorável.


3. Compraria? Não, não gosto de FOFs, principalmente de fundos pouco arrojados e com muitos FIIs que me desagradam, além de não ser uma classe de ativo com bom prospecto, vide o ponto 1.2. E FOFs não são a melhor ferramenta para investimento em longo prazo, FOFs são para colocar uma gestão especializada para surfar as ondas do mercado e a Mogno deixou passar completamente a onda dos recebíveis.


4. Dicas:

4.1. Apresentar o resultado por cota de forma mensal, ao invés de trimestral como é apresentado atualmente;

4.2. Adicionar gráfico de evolução da posição por segmento, um ótimo gráfico para entender a cabeça do gestor.


5. Dados:

5.1. Data da análise: 05/12/2021

5.2. Cotação: R$ 60,40

5.3. VP: R$ 76,58

5.4. P/VP: 0,79x

5.4. Contexto: FOFs sendo negociados bem abaixo do VP devido a dificuldade de obter ganho de capital.

 

Observações:
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista

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