1. Defeitos:
1.1. Não
foi transparente por muitos meses quanto aos passivos (dívidas) do fundo;
1.2. Contrato
típico e alavancagem não combinam;
1.3. Em
Live o gestor Moise deu a entender que o fundo iria distribuir R$0,60/cota até
o final do ano, uma estimativa muito ousada que não se concretizou;
1.4. Diante
da queda dos rendimentos o gestor pediu e conseguiu carência da Correção
Monetária de sua dívida, o que deu um alívio aos rendimentos, mas está fazendo
com que o Saldo Devedor do CRI aumente;
1.5. Realização de emissão pouco tempo antes do fim do contrato com a Vivo, prejudicando investidores com menos experiência que não conseguiriam perceber que esse era o pior momento para fazer aportes no fundo;
1.6. Ainda
é incerto o impacto do Home Office para as lajes. As empresas não vão deixar de
ter sedes administrativas, mas devem diminuir a área demandada;
1.7. Quase
¾ do fundo estão localizados em Alphaville ou Rio de Janeiro (Barra da Tijuca),
duas localidades com vacância extremamente alta;
1.8. Mais
de uma emissão abaixo do VP, inclusive muito abaixo do VP;
1.9. Quase
16% da receita é proveniente de RMG;
1.10. VP
ainda não foi reavaliado e tende a ser revisto bem pra baixo, já que nas
projeções não estava previsto a desocupação parcial da Vivo;
1.11. Dificuldade
para fazer novas captações, o que pode trazer problemas no momento de pagar as
amortizações das dívidas;
1.12. Em
crises algumas empresas tendem a migrar de localidades “B” para áreas mais
nobres;
1.13.
Carências no Rio de Janeiro são tão longas que existe a possibilidade da
carência do CRI (item 1.4.) acabar antes da carência dado ao inquilino do
imóvel Barra;
1.14.
Aquisição de imóvel desocupado em Alphaville, apenas 5 milhões, mas ainda assim
considero um erro, pois como é de conhecimento de quase todos, investidores de
FIIs possuem foco em renda;
1.15. O
cap rate elevado do imóvel Barra (13,45%) da a impressão de que o vendedor
queria se desfazer a qualquer custo do imóvel.
1.16.
Devido a vacância elevada o fundo deve ter dificuldade em repassar a inflação
para os inquilinos.
2. Qualidades:
2.1. Gestão
ativa correndo atrás de locatários e conseguindo alugar espaços no imóvel da
Barra da Tijuca, o que é um desafio e tanto;
2.2.
Gestor Moise é famoso no mercado e deve ter vários contatos;
2.3. Realizou
compras no meio da pandemia, então espero que tenha conseguido bons preços;
2.4. Prédios
com bom padrão construtivo;
2.5. Contratos
típicos, então os aluguéis não estão deslocados da realidade de mercado;
2.6. Contratos
típicos, os imóveis já passaram pelo teste de vacância e mostraram que é
possível conseguir inquilinos, no entanto, não sabemos a respeito de descontos
e carência dadas;
2.7. Imóvel
Cidade Matarazzo possui localização privilegiada;
2.8.
Apesar do atraso, agora o RG conta com várias informações quanto aos passivos
do fundo.
3. Compraria?
Não, pois estou bem pessimista quanto ao futuro das lajes corporativas por
causa do avanço do home office.
4. Dicas:
4.1. Modificar
o DRE de forma a ficar mais compreensível de onde veio o resultado caixa do
fundo.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 15/11/2021
5.2.
Cotação: R$67,15
5.3. VP:
R$92,81
5.4.
P/VP: 0,72x
5.4.
Contexto: Boa parte da população já vacinada e poucas limitações a circulação
de pessoas. Apesar do anúncio de transações de lajes por valores recordes, a
vacância segue crescente no segmento.
- O objetivo do post não é denegrir o fundo, mas expor alguns defeitos e abrir uma discussão saudável
- Não aprofundo para não alongar o post, caso queira uma explicação melhor basta comentar
- Não é recomendação de compra/venda, é apenas a opinião de uma sardinha pessimista
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