1. Defeitos/riscos:
1.1. Emissão
exclusiva para clientes Itaú, sem direito de preferência. Na emissão mais
recente esse problema foi bem minimizado com a queda das cotações no
secundário, que foram pressionadas pela atualização do preço de emissão pelo VP
do dia;
1.2. CRIs
Hotel Fasano (12% do PL) é de propriedade da Gafisa, empresa listada em bolsa
que se encontra em Turn Around. Os atenuantes desse CRI são que ele é desenvolvido pela Even e o hotel está localizado no Itaim Bibi, região de alta
liquidez
1.3. Disseram
em uma Call comigo e posteriormente com o Baroni que iriam criar um Relatório
de Risco, inclusive chegaram a me mostrar como estava ficando, mas parece que
não quiseram prosseguir adiante. Provavelmente desistiram da ideia porque
investidor de FIIs não lê nem relatório gerencial, muito menos um relatório de
risco, mas acredito que um descritivo mais detalhado no site do fundo seja
válido;
1.4. CRI
Cyrela com remuneração de apenas IPCA + 3,91%. Provavelmente foi uma compra
durante o período em que as taxas de juros estavam baixas, entretanto a
representatividade desse CRI não abaixou muito mesmo com amortizações e
emissões, já que em julho de 2021 tal CRI representava 7,8% do PL e hoje
representa 7,40% do PL
1.5. Não
há um gráfico a respeito, mas acredito que o fundo esteja muito exposto a CRIs
em obras;
1.6. Distribuição
por Lucro Contábil tem garantido excelentes rendimentos agora que a inflação
está nas alturas, mas quando a inflação esfriar o rendimento bruto vai sofrer
uma queda significativa. Enquanto fundos com distribuição com Regime Caixa
devem conseguir manter as distribuições elevadas por mais tempo. Esse ponto não
chega a ser um defeito do fundo (é uma característica), mas é algo que os investidores devem estar
atentos;
1.7. Valor
Patrimonial bastante volátil devido as marcações a mercado: eu e alguns outros
investidores já tiveram a impressão que fundos administrados pela Intrag
possuem mais volatilidade do que os demais. Isso é ruim porque as emissões
acabam acontecendo em valores nominais abaixo das que ocorreram no IPO, algo que
pode prejudicar aqueles que não participam das emissões ou não compram mais
durante as quedas que ocorrem durante as emissões;
1.8. Não
há informações quanto a reserva de lucros a distribuir;
1.9. Total
da carteira de ativos em 105,60%, ou seja, estão utilizando operações
compromissadas para se alavancar. Até aí tudo bem, acredito que uma alavancagem
pequena seja vantajosa, porém, seria bom deixar claro a utilização de tal
recurso
2.
Qualidades:
2.1. Sem
taxa de performance e taxa de administração de 1,60%. Na primeira análise que
fiz de VCJR11 coloquei que tal taxa era um defeito, mas com o tempo percebi que
era melhor uma taxa mais alta sem taxa de performance do que o contrário. Ainda
mais que as taxas de performance em fundos imobiliários costumam ser
ridiculamente fáceis de serem superadas;
2.2.
Gestor presente no fórum do ClubeFII;
2.3. Originação
própria de CRIs, o que proporciona um melhor conhecimento e acompanhamento das
operações;
2.4. CRI
Cyrela aparentemente foi um caso isolado de empréstimo de pai para filho;
2.5.
Garantias concentradas em SP, além de muitas estarem em praças com bastante
liquidez
2.6. Tem
se mantido fiel a proposta de ser um fundo indexado a inflação. Com a alta da
SELIC a gestão comprou alguns CRIs indexados ao CDI, mas ao menos tais CRIs são
bem úteis como combinação com operações compromissadas
2.7. Alocações
rápidas devido a pipeline já contratados, de forma que os rendimentos mais
recentes nem sentiram os efeitos da última emissão;
2.8.
Possui controle da maioria dos CRIs em carteira, portanto, tem um maior poder
de decisão em assembleias. E quando não é o controlador principal tem o
controle dividido com outra gestora parceira;
2.9. Cotação
muito volátil inclusive quando não está em emissão, sendo um excelente FII para
quem quer fazer trades;
2.10.
Investimentos indiretos (via compra de FIIs) quase inexistentes, apenas o
CYCR11, que representa pouco mais de 1% do PL;
2.11. Em
Live deixaram em aberto a possibilidade de mudar a forma de emissão do fundo,
mas tenho minhas dúvidas de que tal mudança venha a acontecer, já que o fundo
tem obtido sucesso em suas captações da maneira atual;
2.12.
Maioria dos CRIs com alienação fiduciária, apenas 2 que não tem AF mas possuíam
seguro/fiança e o CRI PPP Habitacional (6,4% do PL) que apesar de não ter AF
tem um LTV inferior a 2%;
2.13.
Aumento do Yield Médio Curva: estava em IPCA + 6,4% em maio/21 e agora em
maio/22 se encontra em IPCA + 7,6%;
2.14. Não
utilizaram VCJR11 para ancorar a emissão de VCRR11. Deveria ser algo básico,
mas ainda tem muito gestor que faz esse tipo de coisa;
2.15. Não
fica segurando o dinheiro do cotista para distribuir quando for mais
conveniente;
2.16.
Gestor aberto a críticas, teve duas sugestões que dei e foram implantadas pouco
tempo depois: sequenciar a tabela de CRIs por representatividade no PL e
apresentar o Yield Médio bruto.
3.
Compraria? Sim, inclusive já tive em carteira, mas vendi devido a proximidade
de uma emissão. Eu até tenho conta no Itaú, mas já ouvi muita gente falando mal
da corretora deles, então sigo de fora das emissões da Intrag por enquanto.
4. Dicas:
4.1. Colocar
o LTV dos CRIs na tabela principal;
4.2.
Acrescentar um gráfico com a porcentagem de CRIs performados e não performados
e a porcentagem de obras para cada CRI na tabela (tenho certeza que a gestão já
possui tais números);
4.3.
Colocar o descritivo de siglas não tão conhecidas. Por exemplo, em “Fiança CPP
(6 PMTs), garantida por penhor de cotas de Fundo DI no Banco do Brasil” e “Penhor
sobre Fluxo de recebíveis de contratos imobiliários da CDHU”, não faço a menor
ideia do que signifique CPP e CDHU;
4.4. Assim
que possível se livrar desse CRI Cyrela;
4.5. Não
sei se são equivalentes, mas acredito que ao invés de chamar de Yield Médio Curva seria melhor chamar de Taxa
de Aquisição média. Algo que reduziria a confusão gerada pelo relatório
gerencial apresentar 2 taxas médias
4.7.
Acrescentar seção de Highlights no início do Relatório Gerencial;
4.8. Dar
mais transparência quanto a utilização de operações compromissadas;
4.9.
Acrescentar gráfico com porcentagem de CRIs cobertos por alienação fiduciária;
4.10.
Acrescentar nas garantias se há fundos de obra (não consta, mas tenho certeza
que muitos dos CRIs possuem essa garantia);
4.11. Acrescentar
um breve descritivo dos CRIs
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 19/06/2022
5.2.
Cotação: R$ 99,31
5.3. VP:
R$ 94,34
5.4.
P/VP: 1,05x
5.4.
Contexto: IPCA e SELIC de 2 dígitos; fundos de papel com rendimentos enormes,
até mesmo em fundos High Grade; várias emissões em FIIs de papel, mas sem muito
sucesso na maioria dos casos; e risco de uma crise global se aproximando com o
FED subindo as taxas de juros americanas.
Muito bem falado ! Parabéns pelo estudo e por compartilha-lo !!! Abraços !
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