1. Defeitos/riscos:
1.1. CRI
Resort do Lago Park com razões de garantia preocupantes, sendo que na Série
Sênior a Razão PMT está em 56%, ou seja, o incorporador precisa complementar a
parcela com cerca de metade do valor. Atualização 2ª versão: Razão PMT caiu
mais ainda, agora (jan/22) está em 47% na série Sênior, mesmo que entre as duas
análises tenha se passado um final de ano e a situação da Covid melhorado
bastante;
1.2. Concentração
irresponsável de mais de 14% nos CRIs Resort do Lago Park, fundos High Yield
precisam ser diversificados, fundos Ultra High Yield como esse mais ainda;
1.3. Em
vez de usarem os recursos captados com a última emissão para diluir os CRIs críticos
(Razão PMT ruins), a gestão decidiu por aumentar posição em CRIs estressados;
1.4. Queda brutal da taxa média, saindo de IPCA + 13,90% no início do fundo para IPCA + 11,70% (jan/22). Sem que, na minha opinião, houvesse uma redução do risco e isso aconteceu em um período em que as taxas de juros subiam;
1.5. Quase 90% do fundo está relacionado a Multipropriedade, já que os CRIs corporativos possuem garantias em ativos de Multipropriedade, o que dá praticamente na mesma
1.6. Risco
de haver uma bolha de Multipropriedade, principalmente em Gramado e Caldas
Novas. Ambas as cidades possuem um potencial turístico enorme, mas a quantidade
de projetos em desenvolvimento é enorme também;
1.7. Falava-se
no início em ter 30% do PL em desenvolvimento, mas até o momento temos apenas o
FII XBXO11, que representa aproximadamente 8% do PL. No entanto, acredito que o
mercado não irá reagir muito bem ao aumento da porcentagem em Equity, devido a
estar acostumado aos rendimentos fortes dos CRIs;
1.8. Quase 60% dos CRIs com LTV acima de 80%, extremamente elevado para o risco dos CRIs do fundo. E lembrem-se de que as garantias de Multipropriedade são mais mercadológicas do que reais, já que para atingir os valores calculados é necessário vender o mesmo espaço várias vezes
1.9.
Possui CRIs com razões PMT de 28% (Resort do Lago Park Sub), ou seja, o valor
que entrou da carteira de recebíveis paga apenas ¼ da PMT do CRI, no entanto,
não informa de onde saiu o restante do dinheiro para pagar a parcela (pode ter
sido completado pelo incorporador ou pegou do fundo de reserva). A situação
descrita se estende a vários outros CRIs. Atualização 2ª versão: situação se
mantêm;
1.10. Valor
Patrimonial marcado a mercado, tornando-o bastante volátil, algo que da margem
para a gestora fazer emissões com preços menores, mas ainda no VP. E caso a
gestão não consiga taxas melhores, tais emissões seriam prejudiciais para aqueles
que não participassem das captações;
1.11. Muitos
N/A (Não se Aplica) na tabela de CRIs, o que impossibilita o acompanhamento das
operações;
1.12. CRIs
de Multipropriedade com prêmio com um único dígito, como o CRI OP Resort
Sênior, que possui remuneração de apenas IPCA + 9%, mesmo sendo série Sênior
considero esta remuneração muito baixa para os riscos envolvidos em operações
de Multipropriedade (inadimplência alta, muitos distratos, vendas por impulso,
etc.);
1.13. CRI
GPK Subordinado (7,83% do PL) com remuneração de apenas IPCA + 11,50%, além de
ser um CRI Subordinado, se trata de um CRI Corporativo, ou seja, financiando
diretamente a empresa e a fonte do pagamento das PMTs é o que sobra dos demais
CRIs. Na minha concepção esse tipo de CRI deveria possuir uma remuneração maior
do que as que financiam projetos específicos;
1.14.
Terceira emissão iniciada com quase zero de ágio sobre a cota a mercado,
tornando-a completamente desinteressante para pequenos investidores.
Atualização 2ª versão: como previsto, captou praticamente nada;
1.15.
Mudança inesperada do regime de apuração de lucros, saindo do Regime por
Competência para o Regime Caixa, algo que impactou consideravelmente os
rendimentos. Essa queda significativa aconteceu devido ao fato de vários CRIs
terem passado por reestruturações e terem ganhado carência de Correção
Monetária, sendo que em alguns casos tais carências passam de um ano.
2.
Qualidades:
2.1. Taxa
média acima da média, mas a taxa de gestão não subiu proporcionalmente,
sobrando mais dinheiro para o cotista, inclusive com escalonamento regressivo
das taxas;
2.2.
Administrador Vórtx, que possui o melhor suporte com informe de rendimentos;
2.3. Aproximadamente
R$0,33/cota (Jan/22) de Reserva de Lucros Acumulados, proveniente de CRIs com
carência de Correção Monetária. Se tudo der certo em algum momento a gestão irá
distribuir tais valores, fazendo com que os rendimentos disparem e influenciem
as cotações, propiciando uma boa oportunidade de trade;
2.4. Comentários
sobre a situação dos CRIs com razões de garantia ruins, mas ainda insuficiente;
2.5. Hectare/RCap
possui experiência em desenvolvimento, algo que pode ser muito útil caso haja a
alienação de algum CRI não performado;
2.6. Operações
de Multipropriedade possuem TIR enormes, o que dá margem para os spreads
aumentarem, principalmente agora que acabou a bagunça dos juros baixos a força.
Atualização 2ª versão: taxas dos CRIs de Multipropriedade não subiram tanto
quanto eu imaginava;
2.7. Alocação
extremamente rápida;
2.8. Transparência quanto a concentração por grupo econômico e a participação da GPK é menor do que eu imaginava (20,4%), ainda é alto, mas bem menor do que eu supunha
2.9.
Duration bem curta (2,7 anos), ou seja, um rápido giro dos CRIs.
3.
Compraria? Sim, inclusive o tenho em carteira, mas reduzi a posição devido as
quedas frequentes da Taxa Média. Já para quem está pensando em entrar sugiro
cautela, este é um dos FIIs mais arriscados da bolsa, caso uma crise econômica muito
forte se instaure, esse será um dos primeiros a sofrer.
4. Dicas:
4.1. Colocar
no corpo do texto inicial do Relatório Gerencial a Correção Monetária acruada
em R$/cota, de preferência destacando tal informação em negrito, como muitos
gestores fazem;
4.2. Tentar
diminuir a concentração em Multipropriedade, sem diminuir a Taxa Média, algo
que poderia ser feito com a aquisição de CRIs de imóveis verticais de empresas
pequenas;
4.3. Colocar
uma tabela informando os CRIs com carência de Correção Monetária/Amortização,
sua porcentagem e quando irá acabar esse benefício, fazendo algo similar ao que
fizeram no EQIN11. Inclusive um membro do ClubeFII disse que responderam um
e-mail dele falando que iriam acrescentar essa informação no RG, mas nada até o
momento;
4.4.
Acrescentar um gráfico Performado x Não Performado, similar ao existente em
TORD11;
4.5.
Acrescentar uma linha de evolução do VP no gráfico “Performance no Mercado
Secundário”;
4.6. Abrir
um tópico para explicar a situação do CRI Resort do Lago Park, que é muito
representativo para o fundo e a Razão PMT e Razão Saldo Devedor estão críticas.
Ou ao menos dizer de onde vem o dinheiro para pagar as PMTs;
4.7.
Acrescentar um link para o RG do XBXO11 e um parágrafo explicando o fundo;
4.8.
Aumentar a quantidade de CRI Subordinado e consequentemente aumentando a Taxa
Média dos CRIs investidos, já que quem está colocando dinheiro em Versalhes é
porque está disposto a correr riscos.
5. Dados:
5.1. Data
da análise: 08/03/2022
5.2.
Cotação: R$ 9,55
5.3. VP:
R$ 9,90
5.4.
P/VP: 0,96x
5.4.
Contexto: IPCA elevado por vários meses, inclusive ultrapassando 1% a.m.,
seguido por 3 meses de IPCA menos aquecido, entretanto, a inflação deve
acelerar devido a Guerra na Ucrânia.
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